Hapag-Lloyd começa a oferecer BL eletrônico para clientes no mundo todo

Foto: Divulgação / Hapag-Lloyd

Em um comunicado divulgado na última sexta-feira (10), a Hapag-Lloyd anunciou que, a partir de agora, passa a oferecer um sistema de BL eletrônico para a utilização de seus clientes no mundo todo.

O Bill of Lading (bem mais conhecido por aqui pelo seu apelido BL) é um dos documentos mais importantes do comércio exterior, sendo um ponto fundamental do transporte marítimo internacional. Para diminuir a quantidade de papel em circulação no mundo, nos últimos anos, a indústria tem debatido cada vez mais a substituição dos documentos físicos por versões eletrônicas.

Para isso, a Hapag-Lloyd anunciou parceria com o Wave BL, uma plataforma de blockchain que já é utilizada pela MSC e pela ZIM (que, por sua vez, é uma das investidoras do Wave BL). A empresa afirma que parceiros também podem utilizar versões eletrônicas para outros documentos importantes do comércio exterior.

"Ao usar a rede da Wave BL, o ato de imprimir, assinar e enviar documentos de papel irá chegar ao fim. A plataforma otimiza o fluxo da carga em uma estrutura digital baseada em blockchain, transferindo processos manuais para uma solução mais segura e automatizada, na qual armadores podem imprimir, possuir, transmitir e assinar documentos em questão de minutos", disse o armador alemão no comunicado.

O BL eletrônico certamente é um avanço importante no sentido ambiental e também no quesito de segurança - considerando que plataformas de blockchain tendem a ser confiáveis. E, claro, é de se imaginar que será mais fácil evitar aqueles casos assustadores de "CADÊ O BL????"

No entanto, a coisa não é tão simples assim e ainda há um despreparo global para a utilização de documentos eletrônicos no comércio internacional: em 2017, a ONU lançou um modelo de legislação para o assunto mas, até agora, apenas Singapura e Bahrain as incorporaram em suas legislações domésticas de alguma forma, de acordo com os sites Shipping and Freight Resource e World Cargo News.

Para mais insights no assunto, vale ler esse artigo e ver esse vídeo curto (ambos em inglês).


Fontes: Hapag-Lloyd, Shipping and Freight Resource, World Cargo News

Bureau Veritas lança guia para carregamento de containers em navios graneleiros

Foto: Reprodução / Bureau Veritas

Na última segunda-feira (06), a Bureau Veritas, uma das maiores empresas de certificação e inspeção do mundo, lançou um guia para a segurança no carregamento de containers em navios graneleiros e de carga solta - também conhecidos como bulk carriers.

O guia vem no momento em que o mercado tem acompanhado o crescimento do interesse nesse tipo de operação, na qual os containers são depositados nos porões dos navios graneleiros, que naturalmente não têm estrutura específica para esse tipo de carregamento.

Aqui no Brasil, por exemplo, foi possível acompanhar o caso do COSCO SHIPPING HONOR, que saiu da China com destino a Santos em julho carregando containers nos porões que foram originalmente projetados para transportar celulose (saiba mais sobre esse caso aqui nessa matéria do The Loadstar).

Isso tem ocorrido porque, no contexto atual em que o mercado está ultra aquecido, os navios porta-containers estão sendo altamente exigidos e ainda sem sinais de dar conta de toda a demanda da indústria global.

Nas últimas semanas, a imprensa especializada tem publicado a opinião de especialistas alertando que esse tipo de operação não deve ser feita de qualquer forma, já que a segurança da tripulação e a integridade das cargas podem ser comprometidas. Da mesma forma, as seguradoras também estão preocupadas com a modalidade.

"Nosso time tem a competência e a compreensão sobre os navios graneleiros e porta-containers, e a combinação desses dois conhecimentos permitiu que, rapidamente, pudéssemos produzir um guia para atender as requisições do mercado, conforme a crescente demanda para que graneleiros transportem containers", disse Paillete Palaiologou, vice-presidente da Bureau Veritas para a região da Grécia, Mar Negro e Adriático.

"Com as nossas orientações, nós desejamos ter certeza de que técnicas e ferramentas modernas de análise possam ser aplicadas para garantir tanto a segurança como a eficiência operacional", complementou.

O Guidance for Studying and Preparing a Bulk Carrier for the Carriage of Containers está disponível gratuitamente em inglês no site da Bureau Veritas. O guia, segundo a BV, fornece orientações que foram baseadas em estudos sobre as normas regulatórias, operacionais e de segurança.

Clique aqui para ler o guia (em inglês).


Fontes: Bureau Veritas, Container Management, Container News

Golden Week: Armadores não deverão reduzir capacidade nas principais rotas, diz agência

Foto: Cegoh / Pixabay

Faltam quatro semanas para a Golden Week chinesa. E você, que já está no comércio exterior há tempos, sabe que os armadores costumam planejar blank sailings para essa época, retirando navios de circulação e, como sempre, causando caos para importadores e exportadores que têm seus containers rolados e atrasados e sacudidos e balançados... Aquela alegria toda.

Pois bem. As coisas parecem estar seguindo um padrão diferente esse ano. Com o mercado de frete marítimo loucamente aquecido e completamente fora de controle, a agência de consultoria Sea-Intelligence apontou que os armadores não estão dando sinais de que irão reduzir (muito?) a capacidade de suas frotas durante a Golden Week e as três semanas que a sucedem.

Isso, pelo menos, nas rotas Transpacífico (Ásia-Costa Oeste dos EUA) e Ásia-Europa. No comunicado divulgado pela Sea-Intelligence nesta terça-feira (31), não há informações sobre as rotas Ásia-América Latina.

Segundo a agência, a capacidade total no Transpacífico deverá ficar entre 420 mil e 460 mil TEUs semanais, considerando a Golden Week e mais as três semanas seguintes.

Entre 2014 e 2020, essa capacidade semanal nas mesmas rotas nunca passou de 380 mil TEUs no período Golden Week + 3 semanas:

Comparativo da capacidade total em TEUs no Transpacífico na Golden Week e as semanas que sucedem. Imagem: Sea-Intelligence

Um total de 1,78 milhão de TEUs deve ser oferecido nessa rota durante as quatro semanas - um aumento de 30,8% em relação ao período de Golden Week do ano passado. Entre 2014 e 2020, a média de aumento anual era de 3,9%.

"Aparentemente, ou os armadores estão prevendo que não haverá queda na demanda durante a Golden Week, ou eles estão preparados para manter a mesma capacidade atual, com a esperança de tentar diminuir o backlog nos portos congestionados", disse Alan Murphy, CEO da Sea-Intelligence.

"Provavelmente é uma combinação dessas duas coisas, como observamos durante o Ano Novo Chinês em 2021", complementou.

Nas rotas Ásia-Costa Leste dos EUA e Ásia-Norte da Europa, também se observa a tendência de não diminuir a capacidade durante a Golden Week. Em compensação, na rota Ásia-Mediterrâneo, haverá redução semelhante à média dos últimos anos.

E agora... como será na América Latina? Eu não tenho essa informação aqui, pois sou um mero ESCRIBA. Mas como tá aí na sua rotina? Você já recebeu alguma confirmação de blank sailing para o Brasil durante a Golden Week? Escreve aí nos comentários ou lá no nosso Linkedin. Vamos conversar!



Fonte: Sea-Intelligence, Container News



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Hapag-Lloyd encomenda 75 mil TEUs em containers novos para combater escassez de vazios

Foto: Divulgação / Hapag-Lloyd

Não tá fácil de conseguir container, né? Pois é. Obviamente a Hapag-Lloyd sabe bem disso - tanto que a gigante alemã encomendou a produção do equivalente a 75 mil TEUs em containers dry novos para entrarem em sua frota, conforme um comunicado divulgado à imprensa nesta segunda-feira (30).

Segundo o armador, os containers serão produzidos na China e deverão ser entregues ainda no último trimestre de 2021.

Aqui, vale ressaltar que um TEU significa Twenty-foot Equivalent Unit, "unidade equivalente a 20 pés, em inglês. Ou seja, um container de 20 pés equivale a 1 TEU (aquele container "menorzinho", rsrsrs). O container mais comum, o de 40 pés, equivale a 2 TEUs.

No comunicado, a Hapag-Lloyd não informou quantos containers de 20 pés e quantos de 40 pés estão nessa encomenda.

"O turnaround médio de nossos containers é de 50 dias. Mas, atualmente, nós temos precisado de mais de 60 dias por causa de grandes congestionamentos nos portos e terminais, e também nas operações em terra ao redor do mundo", disse Rolf Habben Jansen, CEO do armador alemão.

"Isso significa que, comparando com antes da crise, hoje, nós precisamos de 20% a mais de containers para transportarmos a mesma quantidade de carga", complementou.

Com essa nova encomenda, a Hapag-Lloyd chega aos 625 mil TEUs em novos containers encomendados desde 2020. A frota total deles agora atinge a marca de 2,8 milhões de TEUs, sendo 250 mil reefers (unidades para transporte de carga refrigerada).


Fonte: Hapag-Lloyd



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Maersk encomenda oito navios neutros em carbono para entrega em 2024

Foto: Divulgação / Maersk

Depois de ter anunciado o fechamento do contrato de combustível para o seu primeiro navio neutro em carbono, a Maersk voltou com mais novidades nessa semana: em um comunicado divulgado à imprensa na última terça-feira (24), a gigante dinamarquesa informou ter encomendado a construção de oito navios novos - todos com a capacidade de operar com metanol neutro em carbono.

Os navios terão uma capacidade nominal de 16 mil TEUs e serão construídos pela Hyundai Heavy Industries (HHI). O primeiro deles tem previsão de entrega e início de operação no primeiro trimestre de 2024.

Esses navios irão substituir embarcações antigas que ainda operam com os combustíveis tradicionais: dessa forma, segundo a Maersk, cerca de um milhão de toneladas de gás carbônico deixarão de ser emitidas na atmosfera anualmente.

"A hora de agir é agora, se nós quisermos resolver a questão climática na indústria do transporte", disse Soren Skou, o CEO da Maersk. "Essa encomenda mostra que soluções neutras em carbono já estão disponíveis para os navios de container, e mostra também que estamos comprometidos com o crescente números de nossos clientes que estão querendo descarbonizar suas cadeias de suprimentos", afirmou.

O valor do contrato com a HHI é de cerca de 1,4 bilhão de dólares, segundo o site Offshore Energy. Após a entrega das oito unidades, o acordo prevê a opção para a encomenda de mais quatro navios em 2025.

Os motores virão com tecnologia dual-fuel, podendo operar também com combustível com baixo teor de enxofre, no caso da indisponibilidade de metanol.

É uma iniciativa muito interessante da parte da Maersk, no sentido de que isso poderá estimular tanto a concorrência como os demais elos da cadeia logística a olharem com muito mais atenção para os combustíveis ditos "limpos".

No entanto, será um desafio enorme para a maior transportadora de containers do mundo encontrar metanol neutro em carbono em quantidade suficiente para alimentar esses oito navios. Ao mesmo tempo, especialistas já afirmam que priorizar o metanol, em vez de apostar na amônia, pode ser uma estratégia arriscada.

O site The Loadstar publicou dois artigos com diversas considerações nesse sentido e valem a sua leitura, se você se interessar pelo assunto (ambos em inglês):
- Maersk thrusts methanol into the limelight as maritime's transition fuel
- Maersk orders fleet of eight green methanol dual-powered box ships.


Fontes: Maersk, Offshore Energy, The Loadstar

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Após liberação de manobras noturnas, Vitória recebe primeiro grande navio de madrugada

Foto: Divulgação / CODESA / TVV

Na madrugada da última terça-feira (24), pela primeira vez, o Porto de Vitória realizou uma manobra noturna de entrada de um navio de grande porte, com mais de 206 metros de comprimento.

Em um comunicado divulgado à imprensa, a CODESA informou que o navio LOG-IN RESILIENTE atracou às 3h45 da madrugada terça no berço 204 do Terminal Portuário de Vila Velha, para iniciar as operações de movimentação de containers.

Isso só pôde acontecer porque a Capitania dos Portos aprovou a liberação de manobras noturnas no local. Antes disso, os navios precisavam esperar o amanhecer para que pudessem entrar no porto e então manobrar e atracar.

Com isso, há a expectativa para que ocorra aumento na operação local, já que há espaço para novas janelas de atracação.

Também há a possibilidade de aumento nas operações de cabotagem, já que, segundo o comunicado, diversos navios que passavam de noite pela região não paravam em Vitória por causa da restrição das manobras noturnas.


Fonte: CODESA

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Terminal em Ningbo volta a operar parcialmente, depois de suspender atividades por caso de Covid

Perceba este belo print do MarineTraffic mostrando o CMA CGM ELBE atracado em Ningbo, conforme avisado pela Bloomberg. Imagem capturada às 14h45 de 24/08/2021

Depois de interromper completamente as atividades na última semana após um único trabalhador ter sido diagnosticado com Covid-19, o terminal de containers de Meishan, em Ningbo, na China, voltou a operar parcialmente.

De acordo com informações da Bloomberg, cinco navios já deixaram o terminal de Meishan depois de terem atracado por lá nos últimos dias.

As operações de carga e descarga de containers ainda estariam paralizadas nesta terça-feira (24), mas, na última sexta (20), a CMA CGM teria enviado um comunicado aos clientes dizendo que dois navios já estavam finalizando a operação e deveriam deixar o terminal em breve. Ou seja, as informações ainda estão um pouco confusas.

Essa movimentação de navios no terminal de Meishan está dando aos especialistas otimismo para assumir que ele já está retomando suas atividades. A Bloomberg também apurou que o navio CMA CGM ELBE também já atracou no terminal depois de ter ficado ancorado nos arredores de Ningbo por uma semana.

O povo do comércio exterior brasileiro está de olho nesse terminal, pois é por ele que passa boa parte das cargas da rota de Ningbo com destino à América Latina. Espera-se que as operações voltem com força total ao longo das próximas semanas.

Você recebeu alguma confirmação de carga carregada? Conta aí nos comentários!


Fonte: Bloomberg, The Straits Times