26 de setembro de 2019

CMA CGM lança o primeiro ultra navio movido a gás natural do mundo

Foto: Divulgação - CMA CGM

Em uma cerimônia de lançamento realizada na última quarta-feira (25) em Shanghai, a CMA CGM anunciou o lançamento do primeiro ULCV (Ultra Large Container Vessel) do mundo totalmente movido a Gás Natural Liquefeito - GNL, ou LNG na sigla em inglês. Um monstrinho com capacidade para 23 mil TEUs, o navio foi batizado CMA CGM JACQUES SAADÉ, em homenagem ao fundador da empresa.

Trata-se de apenas o primeiro de uma leva de nove navios encomendados pelo armador francês com essa capacidade movidos a LNG. Além destes, segundo um comunicado oficial, até 2022 a CMA CGM deve ter em sua frota mais cinco navios de 15 mil TEUs e outros seis de 1,4 mil TEUs - todos movidos a LNG.

Segundo a empresa, o LNG é atualmente considerado o combustível fóssil menos poluente. Em comparação ao padrão utilizado pela indústria, o LNG emite 20% a menos de CO2, 99% a menos de enxofre, 99% a menos de partículas finas e 85% a menos de óxido de nitrogênio.

O CMA CGM JACQUES SAADÉ irá operar com bandeira francesa. Tem 400 metros de comprimento (o equivalente a quatro campos de futebol ou 5,5 Airbus A380), 61 metros de largura, calado de 16 metros, 2.200 tomadas para reefers e capacidade nominal de 23.112 TEUs.

Trata-se de mais uma jogada importante da CMA CGM em direção à sustentabilidade: nas últimas semanas, a empresa já havia informado que seguirá na contramão do mercado e não irá navegar pela Northern Sea Route, rota que antes costumava ser intransponível por causa do gelo, mas que agora já está sendo utilizada por diversos armadores.



Fonte: CMA CGM

25 de setembro de 2019

Em NY, representantes do setor lançam coalizão para reduzir emissões a zero

Foto: Pixabay / Maritime Filming UK

Para chegarmos a um mundo ideal em que a indústria marítima seja limpa e com emissão zero, será necessário realizar mais mudanças em terra firme do que em alto mar. É o que dizem alguns dos mais de 70 signatários da Getting to Zero Coalition, uma aliança formada por membros como Maersk, Shell, Cargill e outras figuras importantes do setor, reunidos durante a Cúpula de Ação Climática da ONU.

De acordo com a agência PRNewswire, essa coalização tem o objetivo audacioso de reduzir as emissões de carbono a zero. Para isso, estão reunidos representantes de alto escalão dos setores marítimo, de energia, infraestrutura e finanças, apoiados por tomadores de decisão de governos e organizações intergovernamentais.

Em uma coletiva de imprensa realizada na sede da ONU, Jeppe Kofod, ministro das relações exteriores da Dinamarca, afirmou: "Nos navios estão apenas 20% das emissões do setor. Todo o resto da indústria - os portos, as redes e a infraestrutura representam os outros 80%. Temos que alinhar todas essas partes em uma parceria que una as iniciativas públicas e privadas", disse, de acordo com o site especializado Splash247.

"Para que o transporte marítimo continue sendo relevante a médio e longo prazo, essa indústria precisa encontrar formas de não emitir carbono", disse Soren Toft, presidente da Maersk Container Industries. "Mas não vamos conseguir isso sozinhos. Precisamos trabalhar em conjunto com todos os participantes da cadeia de valores".

A Getting to Zero Coalition é uma parceria entre o Fórum Marítimo Global, a Ação dos Amigos do Oceano e o Fórum Econômico Mundial. Mais do que cumprir o objetivo estabelecido pela IMO de reduzir em 50% até 2050 os níveis de emissão de carbono registrados em 2008, a meta é que todo o setor seja completamente descarbonizado até a metade do século.

Saiba mais no site da Getting to Zero Coalition.


Fontes: Splash247, Exame, Global Maritime Forum

23 de setembro de 2019

NYK realiza primeira viagem totalmente neutra em emissões de CO2

Foto: Divulgação - NYK

A japonesa NYK (Nippon Yusen Kaisha) se tornou o primeiro armador japonês a realizar uma viagem neutra em emissões de carbono. Em um comunicado divulgado na última semana, a empresa divulgou ter compensado o equivalente a cinco mil toneladas de dióxido de carbono - CO2.

Essa é a mesma quantidade emitida pelo ARIES LEADER (um Ro-Ro que é o principal navio da NYK no que diz respeito à sustentabilidade) durante uma viagem do Japão ao Oriente Médio. Segundo o comunicado, o navio é equipado com o que há de mais recente em tecnologia para economia de energia, reduzindo em até 30% a quantidade de CO2 emitida por carro transportado em comparação a outros Ro-Ro's.

Das emissões restantes de CO2 que não foram possíveis de eliminar do ARIES LEADER, a NYK informa que comprou o equivalente em créditos de carbono referentes ao projeto de uma usina de energia eólica no oeste da Índia.

Esse feito marca um passo importante da empresa japonesa em direção ao NYK SUPER ECO SHIP 2050, um navio-conceito em desenvolvimento que será totalmente neutro, sem emissões de gases estufas à atmosfera. Saiba mais na página do projeto (em inglês).


Disclaimer: Apesar de ser especializado em notícias sobre o transporte marítimo de containers, este blog tem a sustentabilidade e a preservação ambiental como um de seus principais focos editoriais. Por isso, feitos importantes de outros setores do transporte marítimo também serão divulgados por aqui.

19 de setembro de 2019

MSC apresenta novo super navio com mais de 23 mil TEUs de capacidade

Foto: Divulgação - MSC

Na última terça-feira, a MSC realizou uma cerimônia em Bremerhaven para batizar seu novo navio gigante: o MSC SAMAR, um ULCV (Ultra Large Container Vessel) com capacidade para 23.756 TEUs.

Finalizado em julho no estaleiro da Samsung Heavy Industries na Coreia do Sul, esse monstrinho é irmão do MSC GÜLSÜN, apresentado há poucas semanas, e é apenas o terceiro de uma leva de onze navios similares encomendados em 2017 pelo armador suíço, informa o World Maritime News.

Na ocasião, o MSC GÜLSÜN foi apresentado como o maior navio de containers do mundo. São 399,9 metros de extensão e 61,5 de largura, podendo passar dos 16 metros de calado (um prédio de cinco andares abaixo d'água).

O cumprimento é equivalente a quatro campos de futebol, além de ser mais extenso do que construções emblemáticas como o Empire State Building ou a Torre Eiffel.



Fontes: MSC, World Maritime News

17 de setembro de 2019

Ataques na Arábia Saudita podem ter reflexos nos preços dos fretes marítimos

Foto: Frauke Feind - Pixabay

Os ataques realizados às petrolíferas na Arábia Saudita no último sábado (14) podem ter reflexos diretos no mercado do transporte internacional de containers. Segundo agências de notícias, os ataques provocaram incêndios em Khurais e Abqaiq (esta última, a maior instalação de processamento de petróleo do mundo) - o que resultou em uma redução estimada em cerca de 5,7 milhões de barris por dia. Esse volume representa metade da produção saudita e entre 5% e 6% da produção mundial.

Há informações divergentes sobre o tempo em que a produção seria retomada à normalidade, e o site especializado Freight Waves aponta que os preços dos combustíveis devem ser elevados no curto prazo. É de se esperar que o BAF (Bunker Adjustment Factor, sobretaxa cobrada pelos armadores para cobrir a variação dos preços dos combustíveis) reflita esse contexto a partir das próximas semanas.

"A forma como os preços de óleo cru dispararam após os eventos na Arábia Saudita pode indicar que haverá um aumento proporcional no BAF, que está alinhado ao preço do óleo cru", disse um especialista ao Freight Waves. Leia a matéria completa aqui.

O site Splash247 aponta que, a esse contexto, ainda se soma o fato de que, por conta da transição imposta pela IMO para a utilização de combustíveis com baixa concentração de enxofre nos navios a partir de 2020, diversos portos ao redor do mundo já têm estoque reduzido de HSFO - o combustível com alto teor de enxofre que ainda é bastante utilizado pela indústria.


Fontes: Freight Waves, Splash247, O Globo, Folha de S. Paulo

16 de setembro de 2019

Maersk cresce, mas ainda não é a marca mais valiosa da Dinamarca

Foto: Divulgação - Maersk

Depois de ter conquistado resultados positivos no segundo trimestre deste ano, a gigante Maersk ganhou algumas posições no ranking anual das marcas mais valiosas da Dinamarca elaborado pelo Brand Finance Denmark. Segundo a publicação, a Maersk teve sua marca valorizada em incríveis 45% desde o último ranking, chegando aos cerca de 4,21 bilhões de dólares (28,6 bilhões de coroas dinamarquesas).

Apesar de liderar o mercado do transporte marítimo de containers no mundo e de uma enorme parcela do comércio internacional passar pelas suas mãos, a Maersk não é sequer a marca mais valiosa da Dinamarca: ela ainda fica atrás da Lego, que mesmo tendo queda de 9% em seu valor em relação ao último ano, permanece no topo das marcas dinamarquesas.

Quando o assunto são as marcas mais valiosas de todos os países nórdicos, então, a Maersk não chega nem ao top 10, ficando bem atrás de empresas suecas como IKEA (USD 20,36 bilhões), H&M (15 bilhões) e Volvo (USD 13 bilhões). Neste comparativo, a Lego ficou apenas em sexto lugar.





Fontes: CPH Post, Brand Directory

11 de setembro de 2019

Cosco apresenta novo super navio de 21 mil TEUs

Foto: Divulgação - Cosco

Em cerimônia realizada na última semana no estaleiro da Jiangnan Shipbuilding, na China, a Cosco apresentou o COSCO SHIPPING PLANET - um novo navio gigante com capacidade para mais de 21 mil TEUs.

De acordo com informações do China News Portal, o novíssimo navio tem 400 metros de extensão, 58,6 metros de largura, 33,5 de altura e 16 metros de calado máximo. A capacidade máxima é de 21.237 TEUs (mas esse número não deverá ser atingido por questões de segurança), com espaço para mil containers refrigerados. A velocidade máxima é de 22 milhas náuticas por hora.

O COSCO SHIPPING PLANET é o sexto e último de uma leva de seis embarcações encomendadas pelo armador chinês à Jiangnan Shipbuilding - todas com mais de 21 mil TEUs e nomes com temas espaciais: além do PLANET, os barcos irmãos se chamam UNIVERSE, NEBULAE, GALAXY, SUN e STAR.


Fonte: China News Portal, World Maritime News, Portal Portuario

10 de setembro de 2019

MSC divulga novo procedimento para embarques de Porto Velho (RO)

Foto: Divulgação - MSC

Nesta terça-feira (10/09), a MSC anunciou mudanças na forma de procedimento no que diz respeito às cargas provenientes de Porto Velho, em Rondônia - BRPVH. Segue comunicado na íntegra (os trechos grifados foram grifados da mesma forma no comunicado original):


Com o objetivo de regularizar e cumprir as orientações emanadas da autoridade aduaneira de Manaus, informamos que, cargas com procedência de Porto Velho - sejam aquelas cujo trânsito será iniciado em PVH, sejam aquelas cujo o início de desembaraço ocorra em Manaus, observaremos a seguinte regra para recebimento da “Shipping Instruction”  (Draft do conhecimento marítimo):

72 horas úteis antes da chegada/atracação da(s) barcaça(s)/balsa(s) que aportará em Porto Velho (Rondônia).

Informaremos com regularidade à V.Sas. os devidos schedules de chegadas das referidas barcaças/balsas em Porto Velho. Tal regra será aplicável tanto para as atracações no porto público quanto para as ocorridas no porto privado.

Importante: a MSC informará no Sistema Aduaneiro (Siscarga) os dados relativos aos Vossos embarques, o que consequentemente gerará um número de CE (Conhecimento de Embarque), já partir de Porto Velho.

Essa nova rotina permitirá que a empresa de Balsa/Barcaça faça a devida vinculação

NVOCC(s) - Tenham ciência de que a Vossa manifestação no Siscarga deverá ocorrer em Porto Velho, com o fito de evitar discrepância com o que fora declarado por nossa agência marítima.

Lembrando que, para efeitos de averbação, a mesma dar-se-à somente após a saída da embarcação com destino Internacional do porto de Manaus (Amazonas) - com isso, prevalecendo o “Shipped on Board” somente quando ultimada a carga no navio.

9 de setembro de 2019

Armadores anunciam blank sailings para o Brasil em outubro

Foto: Jaroslaw Bialik - Pixabay

Com a proximidade do Dia Nacional da China e a consequente Golden Week (na qual muitos serviços são interrompidos no território chinês durante uma semana inteira), alguns dos principais armadores já anunciaram blank sailings em seus serviços para a América do Sul e Brasil.

Um blank sailing é quando um armador tira um dos navios semanais de sua programação em determinada rota. Tal ocorrido gera acúmulo de cargas nos portos chineses e atrasos de no mínimo uma semana nas viagens de importação.

MAERSK - blank sailing
Omissão do navio MAERSK LETICIA - serviço ASAS
Início da viagem de importação (941W): Busan, 09/10 - semana 41
Início da viagem de exporação (948E): Buenos Aires, 24/11 - semana 47

MSC - blank sailing
Omissão da viagem FI940A - serviço IPANEMA
Início da viagem de importação (FI940A): Busan, 05/10 - semana 40

CMA CGM - blank sailing
Omissão do serviço SEAS 1
Início da viagem de importação: Shanghai, 05/10 - semana 40
Omissão do serviço SEAS 2
Início da viagem de importação: Qingdao, 10/10 - semana 41

8 de setembro de 2019

Conselho rejeita que agentes marítimos respondam por infrações de transportadores estrangeiros

Foto: Divulgação - Santos Brasil

Agentes de cargas e agentes marítimos brasileiros que estiverem representando transportadores estrangeiros no país não devem responder por infrações cometidas por estes no que se refere ao tráfego marítimo marítimo de mercadorias. É o que ficou definido pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em sessão extraordinária ocorrida na última terça-feira (03/09), de acordo com o site Portos e Navios.

A categoria dos agentes marítimos reclama que a Receita Federal aplica sobre eles multas que, na verdade, deveriam ser destinadas aos transportadores internacionais e armadores. Leia a matéria completa no site Portos e Navios.